4 instituições portuguesas juntaram-se em torno de um objetivo:
realizar ecografias à distância por meio de sistemas robotizados
O consórcio é liderado pela
Sensing Future Technologies, inclui a
Imacentro - Clínica de Imagiologia Médica, a
Universidade de Coimbra e o
Instituto Pedro Nunes.
O projeto arrancou em janeiro e tem como principal objetivo desenvolver um sistema (denominado ROSE) para o mercado da telemedicina, com base em avanços recentes na tele-ecografia assistida por tecnologias robóticas.
Um novo paradigma de diagnóstico por tele-ecografia será estabelecido com o sistema ROSE, mediante o qual médicos e pacientes podem interagir sem necessidade de proximidade física. Cada sistema ROSE inclui duas estações ergonómicas robotizadas (uma do lado médico e outra do lado do paciente), um conjunto de sondas ecográficas dotadas das funcionalidades usuais, um sistema de base de dados de pacientes localizado em “cloud” e estruturas de comunicação seguras pela internet. Combinando estes elementos, o ROSE permitirá a interação entre múltiplos médicos e pacientes, mitigando inconvenientes de viagens quer do lado do paciente quer do lado médico, e criando novos serviços tais como a supervisão técnica à distância e colaboração internacional.
Do ponto de vista do procedimento imagiológico, as tecnologias robóticas permitem um controlo mais fino da posição/orientação da sonda, para além de melhorar o conforto de médicos e pacientes, alicerçado em designs ergonómicos e interações complacentes. Atualmente, não existem soluções maduras no mercado para resolver o problema da tele-ecografia assistida por robô. Na verdade, os sistemas comercializados até então tiveram uma penetração pequena no mercado. As principais razões deste insucesso prendem-se com:
1) Experiências pouco intuitivas de tele-manipulação devido à ausência de sensações de contacto por parte do médico;
2) Controlo incompleto do posicionamento e orientação do robô por parte do médico, sendo necessário um assistente.
O consórcio que promove o projeto ROSE propõe uma solução disruptiva fortemente imersiva e intuitiva, baseada em avanços tecnológicos recentes, utilizando robôs ultraleves controlados em binário e arquiteturas de tele-controlo complacente com realimentação háptica.
Uma solução desta natureza permitirá realizar exames ecográficos à distância economizando deslocações de doentes não urgentes e permitirá acesso a este tipo de diagnóstico em zonas remotas onde não é possível ter um radiologista em permanência. Entre outros benefícios está o aumento da capacidade dos serviços, maior segurança de dados, menores custos de operação e maior rapidez do serviço.
O consórcio tem já em vista o ponto de aplicação do primeiro sistema ROSE, na IDEALMED em Coimbra, durante o próximo ano e meio.
O consórcio é liderado pela empresa
Sensing Future Technologies que se dedica ao desenvolvimento e implementação de dispositivos médicos para reabilitação física, telemedicina e robótica médica. Faz parte também a
Imacentro - Clínica de Imagiológia Médica do Centro, uma unidade do grupo IDEALMED. Outro promotor do projeto é o
Instituto de Sistemas e Robótica da Universidade de Coimbra que desenvolve uma investigação multidisciplinar em diversos sistemas robóticas. Por fim faz parte o
Laboratório de Automática e Sistemas do Instituto Pedro Nunes uma unidade de transferência de tecnologia do meio universitário para o meio empresarial, no domínio da electrónica, automação, robótica e instrumentação.
O projeto ROSE é financiado pelo PT 2020, no âmbito do CENTRO 2020. Apresenta um investimento elegível global de 1.045.439,94 euros, dos quais 746.979,55 euros são provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.